quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ponte mantém liderança no Paulistão

Sete jogos abriram a terceira rodada do Campeonato Paulista nesta quarta-feira. Só a Ponte Preta conseguiu manter os 100% de aproveitamento e é líder isolada do Paulistão, mesmo sem os jogos desta quinta-feira.

Entre os Grandes, só o São Paulo não venceu. Em um jogo fraco contra o Ituano, no Novelli Jr., o Tricolor empatou em 1x1. Destaque para o coringa Souza, que marcou o gol são-paulino em uma bela cobrança de falta, no finalzinho do primeiro tempo. Na volta do intervalo, o time da casa arrancou o empate em um lançe bem estranho. Vinícius cruzou da esquerda na direção de Felipe. O jogador do Ituano disputou com André Dias, mas nenhum dos dois conseguiram encostar na bola, só que acabaram atrapalhando o goleiro Rogério Ceni, que não conseguiu pegar.

Já o Corinthians conseguiu se recuperar da derrota para o São Caetano, no último domingo. Mesmo sem apresentar um futebol brilhante, o Timão despachou o Paulista no Morumbi por 2x0. Os dois gols foram marcados por atletas recém chegados ao time do Parque São Jorge. O primeiro saiu em boa jogada do jovem Éverton Ribeiro, que deixou André Santos na cara do gol para soltar a bomba e estufar as redes. Já o segundo foi uma pintura da maior esperança corintiana para a temporada. Após cruzamento de Alessandro, o uruguaio Acosta marcou de letra, seu primeiro gol com a camisa do Timão.

O Palmeiras foi a Marília enfrentar o até então líder do campeonato. E teve muita dificuldade, mas conseguiu vencer o time da casa num lançe de bola parada. O lateral direito Élder Granja bateu com prefeição, marcou seu primeiro gol com a camisa do Verdão e ainda garantiu a vitória e a vice-liderança. Pra variar, o meia e capitão Valdívia foi caçado em campo. O chileno levou até um chute no rosto numa disputa de bola, mas pelo menos este lance foi sem querer.

Confira todos os resultados:

Ontem
Portuguesa 1x0 São Caetano
Marília 0x1 Palmeiras
Bragantino 3x1 Rio Preto
Ponte Preta 3x2 Mirassol
Guaratinguetá 2x0 Barueri
Corinthians 2x0 Paulista
Ituano 1x1 São Paulo

Hoje
Rio Claro x Sertãozinho
Juventus x Santos
Noroeste x Guarani


Por Luiz Tasso Neto
luiz.neto@nilsoncesar.com.br

segunda-feira, 21 de maio de 2007

"A verdade tem que predominar"

Wanderley Nogueira fala sobre carreira, jornalismo e conta seu time de coração.


Solícito, simpático e sorridente. Este é o retrato de um dos mais respeitados jornalistas do Brasil. Em entrevista ao Jogo-treino, Wanderley Nogueira contou fatos marcantes da vida e da carreira. Falou também do seu compromisso com a verdade, do relacionamento com as fontes e do seu característico bom humor. Confira!


Jogo-treino: Há quanto tempo você trabalha na Jovem Pan?

Wanderley Nogueira: eu trabalho na Jovem Pan há 30 anos. Entrei aqui no dia 07/07/77, pra quem gosta de números, e aqui na Pan eu fiz oito Copas do Mundo, fiz Olimpíadas, jogos importantes, decisões... mais ou menos 3 mil jogos. E a conta é fácil porque são mais ou menos 100 jogos por ano, multiplicados por 30 anos dá mais ou menos este número. Fiz muita coisa aqui como repórter, como narrador de alguns eventos, apresento alguns programas... é uma identificação muito forte, uma relação muito forte com a Jovem Pan. Gosto muito da empresa, da casa, me sinto muito bem aqui e aparentemente a rádio também gosta do meu trabalho, então a gente se dá muito bem.

J-t: Qual a principal característica de um bom jornalista?

W.N.: Olha, eu não sei qual é a principal característica de um bom jornalista. Eu acho que a verdade tem que predominar. Você não pode fazer concessão neste quesito. Tem que ter cintura, uma boa relação, colocar bem as palavras, mas no quesito verdade e opinião sincera você tem que expressar aquilo que está sentindo ou muito próximo daquilo que está sentindo. Muitas vezes você não diz exatamente aquilo que quer dizer porque o vocabulário não permite (risos), mas de qualquer maneira pode se aproximar muito.

Eu acho que o jornalista pode fazer qualquer tipo de pergunta. Não há nenhum tipo de impedimento, de limite, desde que seja uma pergunta respeitosa. Existem alguns profissionais que acham que não é essa a linha, preferem ir pra linha da polêmica, da pergunta agressiva, achando que isso funciona e que isso repercute. Em alguns momentos até pode ser que funcione, mas o conjunto da obra é um caminho que absolutamente eu não abraço e acho que não funciona porque você acaba com a entrevista logo na primeira pergunta por melhor que seja o entrevistado.

Eu sempre dou o exemplo de uma entrevista que eu fiz com o Eurico Miranda, que é uma pessoa contestada por muita gente, que é agressivo e que fala aquilo que pensa também (eu acho ótimo quando o entrevistado fala o que pensa). Ele veio pra São Paulo pra fazer um programa na televisão que eu fazia pela TV Record naquele tempo e nós fizemos uma hora de entrevista com ele. Desde o início da entrevista, até o final, ele só esculhambou, só foi grosso. Com a cidade, por exemplo: que aqui as mulheres são feias; que não tem praia; que a cidade é horrível; que desembarcava no aeroporto de São Paulo de costas pra não perder o avião de vista porque ele queria voltar logo pro Rio de Janeiro; que aqui é insuportável, é intragável... Ele ficou falando isso durante uma hora. Os câmeras que estavam fazendo o programa queriam deixar a câmera pra bater nele... uma coisa fantástica (risos). Eu só fui fazendo pergunta e ele dando porrada, fazendo pergunta e ele dando porrada. No final do programa, quando alguém falou no ponto “acabou... vai cortar porque estourou o tempo!”, eu falei: “entrevistamos com muito prazer o Dr. Eurico Miranda, presidente do Vasco da Gama, e como os senhores todos perceberam, ele é absolutamente insuportável! Boa noite!” E levantou os caracteres! Ele olhou pra mim e falou: “você me sacaneou!” Eu falei: “Eeeuuu??? Você falou o que quis por uma hora e eu não estraguei a entrevista!! Só porque eu falei que você é insuportável você acha que eu te sacaneei?? (risos)

Então se eu falo isso na segunda pergunta, acaba a entrevista, acaba o programa. Não tem programa mais, entendeu?! Então tem que fazer o programa. Foi legal, ele esculhambou, os caras estão querendo comer a televisão em casa, com raiva... Eu dei a porrada no final e fui embora! Acabou! Cortou o microfone, subiu caracteres e tudo bem (risos)!

Então eu acho que é isso. Você pode fazer a pergunta que quiser e quando o entrevistado é grosso, é o entrevistado que é grosso, não você. Você tem que sair de cena como “uma pessoa que está lá ouvindo deselegâncias do entrevistado.” Pode falar o que quiser que eu não vou perder o equilíbrio nunca! Porque ele não tá falando pra mim, tá falando pra milhões de pessoas. Se você é educado, é pra milhões de pessoas, se é deseducado, está falando pra eles, pra mim não. Eu sou um vazio na frente, eu tô só perguntando, não tenho sentimento naquele momento.

J-t: Você é um jornalista que tem muitas fontes. Como você faz pra conquistar essas fontes?

W.N.: Só falando a verdade. E as pessoas sabem que você respeita. Se a informação é passada em off, será em off. Não revelo fonte. E sabem que eu falo a verdade. Eu não tenho facção, não vou defender oposição contra situação. Absolutamente. Eu falo os dois. E quando não consigo uma versão, eu digo no ar: “tentei localizar Fulano de Tal, mas não consegui e por isso estou ouvindo só este lado. Se alguém estiver ouvindo, pode ligar pra cá que eu quero ouvi-lo.” Então isso eu acho que projeta respeito nas pessoas. Quer dizer, o cara tá ouvindo “não gostei do que ele falou, mas ele tá abrindo espaço também pro outro lado falar.”

E as fontes, ao longo de tantos anos, você conhece, né! Então, se eu não te conheço, eu certamente conheço alguém que te conhece. O segredo do jornalista é esse. Ele não precisa saber de tudo, ele tem que conhecer alguém que sabe do assunto. É isso que funciona!

J-t: Você sempre coloca uma pitada de humor nas tuas notícias, apesar de sérias. Como você faz isso?

W.N.: Pra mim é muito fácil porque eu sou assim. Fora do ar, desde pequeno sempre fui assim. Então eu não sei... pra mim é muito fácil... eu sou assim no corredor, na redação, apresentando no estúdio. No Esporte em Discussão, tiro maior sarro! Apóio o Flávio (Prado), apóio o Nilson (César). Eles sabem que eu tô jogando um contra o outro (risos). Eu sou assim! Então fica muito fácil. E as pessoas gostam, curtem.

Quando você vai fazer jogo, cria um diálogo atrás da meta do zagueiro falando com o atacante. Eu crio um diálogo ilusório, uma fantasia, mas que na verdade se não foi aquilo, foi muito próximo daquilo que eles falaram.

Não é muito complicado porque não é um personagem. Eu sou assim no dia-a-dia.

J-t: Conta algum momento marcante da tua carreira.

W.N.: Difícil. São 30 anos... 3 mil jogos! Não sei...

Eu poderia citar um momento alegre, mas vou citar um triste pra ficar um pouco diferente. A desclassificação do Brasil na Copa de 86, no México. O Brasil tinha um time muito forte e todo mundo achava que seria campeão, mas foi desclassificado. Naquela oportunidade eu fiz um “retrato” da chegada do Brasil. Era um ônibus prateado levando a delegação brasileira, dois carros da polícia mexicana na frente, dois atrás, batedores na frente e atrás e um helicóptero. Um escândalo a chegada do Brasil. Badalada. Nas ruas, todo mundo com a bandeira do Brasil... Aí o Brasil dançou! Fora da Copa. Na saída, não tinham mais batedores, só tinha um carro de polícia, o helicóptero não tava... As pessoas sentadas nas calçadas, abraçadas à bandeira, chorosas... A saída de um derrotado, de um perdedor! Eu sempre lembro disso, a maneira como chegou um time que poderia ser campeão e a maneira triste como saiu a delegação naquela oportunidade. Na sala de imprensa internacional, com jornalistas do mundo todo, era um silêncio que parecia um velório. Mexicanos chorosos, o africano já colocou na manchete “o leão foi ferido, mas continua rei da selva”... aquela coisa dramática. É um momento triste, mas que ficou marcado na minha cabeça.

J-t: Qual o teu time de coração??

W.N.: Eu não escondo, eu sou juventino (risos)! É verdade! Eu nasci na Rua Javari. Eu sei que é difícil acreditar, mas eu sou juventino! Falam que eu sou corintiano, sãopaulino, palmeirense, santista... Não tenho nenhum segredo, sou juventino. Ninguém acredita e fica 0 a 0 o jogo (risos).

J-t: Você viu o famoso gol do Pelé na Rua Javari?

W.N.: Eu estava lá e o Pelé disse no ar “você falou certo, foi exatamente assim o gol”. Eu era menininho, morava lá, meu pai me levou e eu vi este gol dos chapéus essas coisas todas... Pela quantidade de gente que diz que estava lá, tinha 1 milhão de pessoas (risos)! Eu levo uma certa vantagem porque era vizinho... quer dizer, é mais fácil você acreditar em mim do que morava em Manaus e fala que assistiu o jogo. Eu morava na rua. É muito provável que a minha mentira seja menor (risos). Eu morava do lado e eu falei pro Pelé como foi, no programa do Flávio Prado, e ele falou: “olha, de todos aqui, o Wanderley acertou. Ele só pode ter visto, porque o gol foi assim.” Até a minha mentira (se for mentira) foi assinada pelo Pelé, autor do gol. Então já passou a ser verdade (risos)!
*entrevista dada aos alunos do curso de jornalismo esportivo e geral de Nílson César

terça-feira, 15 de maio de 2007

Jogo-treino inicia série de entrevistas

A partir deste domingo, será publicada uma entrevista por semana.

O Jogo-treino inicia esta semana uma série de entrevistas com personalidades relacionadas aos esportes. E a primeira entrevista é com o jornalista Wanderley Nogueira, um ícone do jornalismo esportivo no Brasil. Nas próximas semanas teremos ainda os narradores Nílson César e Oliveira Andrade e a apresentadora Cléo Brandão. Ainda a confirmar, a ex-jogadora de basquete, nossa rainha Hortência e a auxiliar de arbitragem Ana Paula Oliveira.
A partir deste domingo. Não perca!!!

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Insistir no erro é burrice!

São Paulo relaxa em jogo fácil e quase leva o empate no final.

Contra o São Caetano já tinha sido assim. O Tricolor dominou o jogo, fez 1 a 0 e parou, simplesmente ficou enrolando para terminar o jogo e comemorar a vitória. Levou um gol bobo e se viu obrigado a ir para cima. Resultado: afobação, desorganização, pressa. A vitória que parecia fácil escapou e por muito pouco não veio a virada.

Contra o Alianza Lima foi a mesma coisa. Jogo fácil, adversário dominado, 1 a 0, corpo mole. A diferença é que desta vez o adversário não conseguiu fazer o gol de empate e também ninguém fez pra eles. Mas foi por pouco.

Por enquanto, isso não comprometeu nem no Paulistão e nem na Libertadores, mas se jogar assim de novo pode ficar fora das duas competições. É bom abrir os olhos!
Conseguiram!

Incompetência de dirigentes rebaixa São Bento.

Os comandantes do time de Sorocaba deram inúmeras aulas de como se afundar um time de futebol. Mostraram, desde o final do ano passado, que não entendem nem de administração e muito menos de futebol.

O primeiro erro foi contratar um treinador que NUNCA tinha ganho um jogo oficial. E o pior: deram a ele carta branca para montar a equipe que disputaria nada menos que a primeira divisão do futebol paulista. Até uma peneira foi organizada. Um absurdo para um time profissional!! Mas isso seria remediável se a diretoria não cometesse mais um erro grave!

Mesmo com os péssimos resultados da equipe, mantiveram o incapacitado treinador até que se encerrassem as inscrições para o campeonato. Rincón foi embora e deixou um bando de jogadores sem a mínima condição de atuar na primeira divisão, com raras exceções.

Veio o Abelha, por pressão da torcida, e deu uma nova esperança. São Bentista de coração, sabia que ia ter muitas dificuldades com o time, mas acho q não esperava tanta incompetência por parte da administração.

E dois fatos específicos, às vésperas da última e decisiva partida do clube no campeonato deixam isso bem claro. O primeiro foi anunciar que o treinador não estava mais nos planos do São Bento, e que sairia logo após o último jogo. E por fim, no dia da partida contra o Palmeiras, alguns jogadores receberam seus salários e outros não.

Eles se superaram, mas conseguiram tirar o Bentão do lugar onde ele sempre deveria estar: na elite do Futebol!

Valeu, Abelha!

O único que não devia explicações a ninguém, foi o único também que veio a público para das satisfações a torcida. Faço minhas as palavras dele em um desabafo ao Timão do Povo, na rádio Cruzeiro FM:

“Não brinca com o São Bento, não!”